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quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

O Natal



Historicamente...

Embora tradicionalmente seja um feriado cristão, o Natal é amplamente comemorado por muitos não-cristãos, sendo que alguns de seus costumes populares e temas comemorativos têm origens pré-cristãs ou seculares.

Costumes populares modernos típicos do feriado incluem a troca de presentes e cartões, a Ceia de Natal, músicas natalinas, festas de igreja, uma refeição especial e a exibição de decorações diferentes; incluindo as árvores de Natal, pisca-piscas e guirlandas, visco, presépios e azevinho. Além disso, o Papai Noel (conhecido como Pai Natal em Portugal) é uma figura mitológica popular em muitos países, associada com os presentes para crianças.

Nos países eslavos e ortodoxos cujos calendários eram baseados no calendário juliano, o Natal é comemorado no dia 7 de janeiro
De acordo com o almanaque romano, a festa já era celebrada em Roma no ano 336 d.C..
Na parte Oriental do Império Romano, comemorava-se em 7 de janeiro o seu nascimento, ocasião do seu batismo, em virtude da não-aceitação do Calendário Gregoriano.
No século IV, as igrejas ocidentais passaram a adotar o dia 25 de dezembro para o Natal e o dia 6 de janeiro para Epifania (que significa "manifestação"). Nesse dia comemora-se a visita dos Magos.
Portanto, segundo certos eruditos, o dia 25 de dezembro foi adotado para que a data coincidisse com a festividade romana dedicada ao "nascimento do deus sol invencível" (Natalis Invistis Solis), que comemorava o solstício de inverno. Para certas correntes místicas como o Gnosticismo, a data é perfeitamente adequada para simbolizar o Natal, por considerarem que o sol é a morada do Cristo Cósmico.
No mundo romano, a Saturnália, festividade em honra ao deus Saturno, era comemorada de 17 a 22 de dezembro; era um período de alegria e troca de presentes. O dia 25 de dezembro era tido também como o do nascimento do misterioso deus persa Mitra, o Sol da Virtude. Os Romanos penduravam máscaras de Baco em pinheiros para comemorar a festa, como na árvore de Natal.
Assim, em vez de proibir as festividades pagãs, forneceu-lhes um novo significado, e uma linguagem cristã. 
 
Há muito tempo se sabe que o Natal tem raízes pagãs. Por causa de sua origem não-bíblica, no século 17 essa festividade foi proibida na Inglaterra e em algumas colônias americanas. Quem ficasse em casa e não fosse trabalhar no dia de Natal era multado. Mas os velhos costumes logo voltaram, e alguns novos foram acrescentados. O Natal voltou a ser um grande feriado religioso, e ainda é em muitos países. 
  • Símbolos do Natal:


Árvore de Natal

Civilizações antigas que habitaram os continentes europeu e asiático no terceiro milênio antes de Cristo já consideravam as árvores como um símbolo divino. Eles as cultuavam e realizavam festivais em seu favor.
Essas crenças ligavam as árvores a entidades imaginárias, mitológicas. Sua projeção vertical desde as raízes fincadas no solo, marcava a simbólica aliança entre os céus e a mãe terra.
Entre os egípcios, o cedro se associava a Osíris. Os gregos ligavam o loureiro a Apolo, o abeto a Átis, a azinheira a Zeus. Os germânicos colocavam presente para as crianças sob o carvalho sagrado de Odin.
Nas vésperas do solstício de inverno, os povos pagãos da região dos países bálticos cortavam pinheiros, levavam para seus lares e os enfeitavam de forma muito semelhante ao que faz nas atuais árvores de Natal. Essa tradição passou aos povos Germânicos.

Na Idade Média as pessoas acreditavam nos espíritos das árvores, e que no Outono com a queda das folhas seus espíritos as abandonavam. Sendo assim passavam o Inverno a cultuar as árvores, pendurando-lhes pedras decoradas ou panos coloridos, para que seus espíritos regressassem e desses frutos na Primavera.

No século XVIII, o monge beneditino São Bonifácio tentou acabar com essa crença pagã que havia na Turíngia, para onde fora como missionário. Com um machado cortou um pinheiro sagrado que os locais adoravam no alto de um monte. Como teve insucesso na erradicação da crença, decidiu associar o formato triangular do pinheiro à Santíssima Trindade e suas folhas resistentes e perenes à eternidade de Jesus.

Durante o século XIX a prática foi levada para outros países europeus e para os Estados Unidos. Apenas no século XX essa tradição chegou à América Latina.
Atualmente essa tradição é comum a católicos, protestantes e ortodoxos.
Algumas famílias judias da América do Norte adotaram o arbusto do Hanuka (festa judaica comemorada próxima ao natal), numa espécie de sincretismo com a árvore de natal cristã.

Entre as várias versões sobre a procedência da árvore de Natal, a maioria delas indicando a Alemanha como país de origem, uma das mais populares atribui a novidade ao padre Martinho Lutero (1483-1546), autor da Reforma Protestante do século XVI.

Olhando para o céu através de uns pinheiros que cercavam a trilha, viu-o intensamente estrelado parecendo-lhe um colar de diamantes encimando a copa das árvores. Tomado pela beleza daquilo, decidiu arrancar um galho para levar para casa. Lá chegando, entusiasmado, colocou o pequeno pinheiro num vaso com terra e, chamando sua família, decorou-o com pequenas velas acesas afincadas nas pontas dos ramos. Arrumou em seguida papéis coloridos para enfeitá-lo.
Afastando-se, todos ficaram pasmos ao verem aquela árvore iluminada a quem parecia terem dado vida. Queria, assim, mostrar as crianças como deveria ser o céu na noite do nascimento de Cristo.





O Natal na Alemanha:

O tempo de Natal (Weihnachtzeit, em alemão) na Alemanha começa com o período de Advento - tempo de preparação-, ao final do mês de novembro, no 4º domingo antes da festa.
Nessa época do ano, acontecem os conhecidos Weihnachtsmarkt, (Feiras de Natal), que encantam as noites frias de inverno no oeste europeu, e a maioria permanece até os dias 23 ou 24 de dezembro. É frequentemente um ponto de encontro entre amigos e familiares.







Coroas de Advento:

Geralmente feitas de ramos de pinheiros e fitas vermelhas, as coroas de advento são importantes símbolos da época natalina.
Essas guirlandas possuem quatro velas que são acesas a cada domingo que antecede o natal. A origem dessas coroas vem de uma tradição pagã europeia. Conta-se que, na escuridão do inverno, ao redor de folhas eram acesas velas que simbolizavam o "fogo do deus sol" com a esperança de que sua luz e seu calor voltassem.
E para evangelizar as pessoas, os primeiros missionários aproveitaram a tradição, dando novo significado a esse costume. Representa união, o amor de Deus e as velas lembram que Jesus é a luz do mundo.




O Natal em Portugal - História do Bolo Rei.

Os Romanos costumavam votar com favas, práticas introduzidas nos banquetes Saturnais, durante as quais se procedia à eleição do Rei da Festa, ou Rei da Fava. O costume teve origem num jogo de crianças, muito frequente nessas festas e que consistia em escolher o rei, tirando-lhe a sorte com favas.

O jogo acabou por ser adaptado pelos adultos, que passaram a utilizar as favas para votar nas assembléias. Como o jogo era característico do mês de Dezembro, a igreja católica passou a relacioná-lo com a Natividade, e com a Epifania.

A influência da igreja na Idade Média acabou por determinar a criação do Dia de Reis, simbolizado por uma fava introduzida num bolo. A festa de Reis logo começou a ser celebrada na corte francesa. O bolo-rei teria surgido no tempo de Luis XIV para as festas de Ano Novo e Dia de Reis.

Com a Revolução Francesa, em 1789, este bolo foi proibido. Só que os confeiteiros tinham ali um bom negócio, e em vez de o eliminarem, passaram a chamar-lhe Gâteau des Sans-Cullottes.

Em Portugal, depois da proclamação da República, não chegou a ser proibido, mas quase.
Com exceção desse mau período, a história do bolo-rei é uma história de sucesso, e até hoje as confeitarias e pastelarias não poupam esforços na sua promoção.




Papai Noel e São Nicolau

O dia de São Nicolau é 6 de dezembro. Neste dia, as crianças comportadas recebem doces, luvas, nozes, tangerinas ou cachecóis de São Nicolau, e as mal-educadas, recebem carvão, em sapatinhos ou no próprio calçado do presenteado.
Por isso que, como manda a tradição, deve-se limpar as botas e calçados para que esteja limpo para São Nicolau.

Diferentemente do que se imagina, este ícone de bondade é considerado pelo catolicismo o verdadeiro Papai Noel. Sem barriga rechonchuda nem roupa vermelha ou botas pretas, o bom velhinho de natais passados era alto, esbelto, vestia um tipo de batina branca e usava mitra, comuns aos bispos de sua época.

Este dia, para o resto do mundo, é usado como dia para montar a árvore de natal, e deixá-la armada durante 1 mês, até a festa da Epifania no dia 6 de janeiro.
Pai Natal (português europeu) ou Papai Noel é uma figura lendária que, em muitas culturas ocidentais, traz presentes aos lares de crianças bem-comportadas na noite da Véspera de Natal, o dia 24 de dezembro, ou no Dia de São Nicolau (6 de dezembro).
Enquanto São Nicolau era originalmente retratado com trajes de bispo, atualmente Papai Noel é geralmente retratado como um homem rechonchudo, alegre e de barba branca trajando um casaco vermelho com gola e punho de manga brancos, calças vermelhas de bainha branca, e cinto e botas de couro preto.

Essa imagem se tornou popular nos EUA e Canadá no século XIX devido à influência do caricaturista e cartunista político Thomas Nast (revista Harper's Weeklys, em 1886). Essa imagem tem se mantido e reforçado por meio da música, rádio, televisão e filmes.
Conforme a lenda, Papai Noel mora no extremo norte, numa terra de neve eterna.

Na versão americana, ele mora em sua casa no Polo Norte, enquanto na versão britânica frequentemente se diz que ele reside nas montanhas de Korvatunturi na Lapônia, Finlândia. Papai Noel vive com sua esposa Mamãe Noel, incontáveis elfos mágicos e oito ou nove renas voadoras. Outra lenda popular diz que ele faz uma lista de crianças ao redor do mundo, classificando-as de acordo com seu comportamento, e que entrega presentes, como brinquedos ou doces, a todos os garotos e garotas bem-comportados no mundo, e às vezes carvão às crianças malcomportadas, na noite da véspera de Natal.
Papai Noel consegue esse feito anual com o auxílio de elfos, que fazem os brinquedos na oficina, e das renas que puxam o trenó.

O personagem foi inspirado em São Nicolau Taumaturgo, arcebispo de Mira na Turquia, no século IV. Nicolau costumava ajudar, anonimamente, quem estivesse em dificuldades financeiras. Colocava o saco com moedas de ouro a ser ofertado na chaminé das casas (Origem das Meias de Natal). Foi declarado santo depois que muitos milagres lhe foram atribuídos. Sua transformação em símbolo natalino aconteceu na Alemanha e daí correu o mundo inteiro.
O caso da chaminé é um dos mais curiosos na lenda de Papai Noel. Alguns estudiosos defendem que isso se deve ao fato de que várias pessoas tinham o costume de limpar as chaminés no Ano Novo para permitir que a boa sorte entrasse na casa durante o resto do ano.

Os antigos lapões viviam em pequenas tendas, semelhantes a iglus, que eram cobertas com pele de rena. A entrada para essa “casa” era um buraco no telhado.
A última e mais importante característica incluída na figura do Pai Natal é sua blusa vermelha e branca. Antigamente, ele usava cores que tendiam mais para o marrom e costumava usar uma coroa de azevinhos na cabeça, mas não havia um padrão.Em alguns lugares na Europa, contudo, algumas vezes ele também é representado com os paramentos eclesiásticos de bispo, tendo, em vez do gorro vermelho, uma mitra episcopal.

"Santa Park":
Santa Claus
FIN-96930 Arctic Circle
Rovaniemi - Finlândia
http://www.santaclausoffice.fi/






Azevinho:

O azevinho é um arbusto de folha persistente, cultivado normalmente para efeitos ornamentais devido aos seus frutos vermelhos. Estes frutos também são denominados de azevinhos, ou de bagas. Nasce espontaneamente na Europa, sendo bastante comum até aos 1500 m de altitude.

Dizem que os ramos cobertos de drupas que persistem durante todo o inverno, contrastando com a folha persistente de cor verde escura, tornam a planta muito procurada por ocasião das festas do Natal (um costume popular que, assim como a antiga árvore de Natal germânica, tem as suas origens na práticas do paganismo pré-cristão da Europa).

Pode viver 100 anos ou mais. As bagas vermelhas são então consideradas promessas de alegria e esperança.




Cartões de Natal:


Surgiram em 1843 quando o britânico Henry Colé encomendou a uma gráfica a impressão dos cartões para felicitar seus amigos pois não teria tempo para escrever pessoalmente a cada um deles. À partir daí o costume estendeu-se por toda a Europa, e em 1870 começaram a ser impressos em cores.




Músicas Natalinas:

A Igreja Católica sempre deu muita importância à música. As músicas de Natal surgiram devido aos esforços católicos de retirar importância às músicas e danças pagãs. As primeiras músicas de Natal surgiram no século IV e ainda hoje são cantadas.

Cada povo tem suas canções, seus próprios cânticos de Natal. Entretanto existe uma canção de Natal interpretada praticamente no mundo inteiro, em todas as línguas, NOITE FELIZ (Musica de Franz Xaver Gruber, 1818 e letra de Joseph Mohr, 1816/1818).

Franz Xaver Gruber nasceu em Unterweizberg, perto de Hochburg, Áustria, em 25 de novembro de 1787, sendo o terceiro filho de um fabricante de corda de linho.
Já na infância ele demonstrou extremo interesse na música de órgão que ele ouvia na igreja da paróquia. Porém, ainda criança, Franz foi posto para trabalhar como tecelão de corda em razão do empobrecimento do pai. Contra os desejos deste, aprendeu a tocar violino, vindo a estudar música de órgão com Georg Hartdobler quando tinha a idade de 18 anos. 
 
Posteriormente, formou-se professor. Foi empregado então como um professor primário na cidade de Arnsdorf, tendo em seguida se tornado organista da igreja de São Nicolau em Oberndorf, pequeno povoado próximo a Salzburgo. Foi em Oberndorf que Gruber conheceu Joseph Mohr, então vigário da paróquia que era perseguido por um padre que ficara enciumado com a popularidade de Mohr, e que tentava desfaze-lo divulgando seu passado pobre de filho natural. 
 
Já era dezembro de 1818 e Gruber, agora amigo de Mohr, promoveu uma vigília de Natal com a qual pretendeu dissipar a cizânia. Foi durante essa vigília que Mohr mostrou-lhe um poema de Natal que tinha composto dois anos antes em Mariapfarr. Então trabalharam juntos na composição e, em 25 de dezembro de 1818 nasceu a canção de Natal que hoje em dia é interpretada no mundo inteiro, em todas as línguas: "Stille Nacht" (Noite Feliz). Gruber continuou nessas funções até 1829, quando começou a lecionar em Berndorf. 
 
Em 1833 lhe foi oferecida a posição de maestro do coro e organista da Igreja da Paróquia da Cidade de Hallein. Nessa condição ele pôde se concentrar somente em música e compôs mais de 90 peças musicais. Franz Xaver Gruber faleceu no dia 07 de junho de 1863, em Hallein (localizada na margem oposta a Salzburg no Rio Salzach), Áustria, sendo sepultado ao lado da igreja da cidade, onde é honrado até os dias de hoje.


Stille Nacht, heilige Nacht,
Alles schläft; einsam wacht
Nur das traute hochheilige Paar.
Holder Knabe im lockigen Haar,
Schlaf in himmlischer Ruh!
Schlaf in himmlischer Ruh!
Stille Nacht, heilige Nacht,
Hirten erst kundgemacht
Durch der Engel Halleluja,
Tönt es laut von fern und nah:
Christ, der Retter ist da!
Christ, der Retter ist da!
Stille Nacht, heilige Nacht,
Gottes Sohn, o wie lacht
Lieb' aus deinem göttlichen Mund,
Da uns schlägt die rettende Stund'.
Christ, in deiner Geburt!
Christ, in deiner Geburt!
Silent night, holy night
All is calm, all is bright
Round yon Virgin Mother and Child
Holy Infant so tender and mild
Sleep in heavenly peace
Sleep in heavenly peace





O Natal para mim...

Desde criança eu sempre adorei o Natal. Era sempre uma festa! Perturbava meus pais procurando os presentes pela casa todas dias e semanas antes do dia 25. Em casa sempre comemoramos, mesmo não sendo católicos.

Quando meus pais se separaram meu mundo caiu. Tudo isso mudou.
Não me lembro exatamente do primeiro Natal dessa época, mas me lembro bem da sensação de passar um dia antes tão feliz ao lado de pessoas que eu não conhecia, e que muitas vezes nem gostavam de mim. O Natal passou a não ter a menor graça...

Durante muitos anos eu era inclusive incapaz de desejar a alguém um "Feliz Natal". Nem sequer dizia as palavras; caso alguém as dissesse pra mim, no máximo a retribuição seria um 'a você também' se eu achasse que a pessoa merecia. Via muitas dessas pessoas no dia Natal me abraçarem  e felicitarem, e outras que se odiavam durante todo o ano, nesse dia fingirem serem as mais amadas.

Mas o propósito do Natal não seria esse?! Sim, seria; e manter esse propósito durante o resto do ano!!!! As pessoas se esquecem que, sendo religiosas, católicas ou atéias, o Natal é o momento em que perdoamos os erros e recomeçamos o ano com esse sentimento de fraternidade  - pra mim pelo menos -, principalmente com nossos familiares, sejam eles consanguíneos ou eleitos por nós. E é isso que importa.

Depois de mais alguns anos, tentando cultivar este mesmo sentimento, consegui passar a desejar um Feliz Natal, de coração a algumas poucas pessoas que realmente importavam para mim.
O Natal só voltou a fazer sentido quando conheci meu marido, Sandro, que trouxe pra minha vida uma felicidade e um sentido inimagináveis. E mais ainda quando ele trouxe um cara que faz de qualquer Natal um dia de alegria.

Me lembro de pergunta ao Vini, ainda com uns três anos, como era o Papai Noel pra ele, como ele trabalhava, e a resposta foi muito clara e direta: "Ele deixa os presentes na loja pros pais comprarem". Lógico!! Como eu não saia disso?!
Este Natal será o primeiro que não teremos nossa família e as pessoas que amamos por perto, e por isso quis homenageá-los a todos com esse depoimento, pois estarão conosco, sempre, no pensamento e no coração.

Feliz Natal, a todos.













Cenas do Cotidiano

Para este post resolvi fazer alguns comentários sobre momentos do cotidiano que observamos enquanto nossa aventura na Terrinha!






  • O Ikea






Precisando de itens de decoração? Ou algum utensílio de cozinha? De banheiro? De jardim talvez? No Brasil provavelmente iríamos a diversos lugares e lojas em separado para conseguirmos objetos de qualidade, bonitos, duráveis e baratos. O famoso BBB.


Aqui conseguimos tudo isso em um único lugar: O Ikea.
É uma mega loja sueca, onde você encontra de móveis - de todos os tipos, a portas, varais, decoração infantil e geral, roupa de cama e banho, jardim, enfim tudo.
Tem até mini cozinha para as meninas brincarem de servir chá - com louça de verdade (!).


E não é caro. Tivemos a oportunidade de ir somente em um único lugar para montarmos nossa casa. Cadeiras, edredom, tábua de passar, velinhas decorativas, cesto de lixo. É um armazém, de três andares, separado por categoria, e com sessão de Oportunidades, que seria o Desconto / Com Defeito - mas que nem sempre o defeito é algo significativo, mas reduz drásticamente o valor da peça.


Tendo oportunidade e curiosidade, vale apena conhecer.
Pode-se achar presentinhos para oferecer aqui também (Presentear em lusitano).








  • Jumbo






Imagine-se indo ao mercado.... Agora imagine-se indo a Floricultura.... Imagine-se indo a Ponto Frio (Rssrrs)....

Essa é a principal definição de Supermercado aqui. É super. Você encontra de tudo. Desde decoração de festa infantil, seleção de vinhos, vestuário, eletrodomésticos, acessórios, roupa de cama e banho, papelaria, livraria, florista, tudo e mais um pouco.


O mais perto desse tipo de mercado que temos é a rede Extra, que venda até peças de carro, mas não em todas as unidades, e nem com preço acessível!!

Alguém me disse que já tivemos um Jumbo no Brasil... não sei se é verdade. Mas se algum tivermos será memorável!
Além de todos esses serviços, têm entrega em casa, preço acessível (muito mais em conta), e tem um estilo de caixas bem diferente - além das convecionais porque eles não querem desempregar o povo!

Essas caixas são como um 'self-service'. Você passa suas compras no leitor, embala e faz o pagamento, com cartão sempre, tudo bem rápido e fácil. Vale confessar que tentei uma vez e não deu muito certo pra mim... mas vejo todos usando normal e intensamente.

Vale também conhecer, para sentir a diferença.






  • Indo ao Banco - Santander.




Vou confessar a vocês: Eu detestava o Santander!
Fui cliente do Banco Real por anos, sempre pessimamente atendida, e quando se tornou Santander conseguiu ficar pior. Tive realmente muitas dores de cabeça com eles.
Cheguei a abrir processo com a Ouvidoria deles, logo eu, imaginem!!

Mas... tive uma outra impressão deles aqui.
Alugamos um apartamento, certo? E apesar de tudo aqui ser no débito automático, eu ainda não conto com esta maravilha da modernidade, então faço como a maioria dos mortais - vou à agência bancária.

O que vem à sua mente quando imagina um banco?
Com certeza não é nada de agradável ou simpático.
Quando tinha que ir ao banco no Brasil eu rezava.
E tentava ir na hora do almoço, ou num momento em que estivesse sem minha bolsa, porque, como todo mundo sabe, bolsa de mulher tem tudo.

Mas eu, com a experiência de vida "Casa nas costas" e "Um concierge tem tudo à mão", essa é a minha definição de bolsa.
Nomeie, eu tenho, eu carrego...
Agulha e linha, maquiagem, lenços umedecidos, fio dental, guarda-chuva (Como boa moradora de Petrópolis), saco plástico para uma emergência, álcool-gel para as mãos (TOC adiquirido depois de uma micose por contato com dinheiro)... e mais algums coisas.

Imagine agora esta pessoa - EU - tendo que tirar tudo dessa bolsa da Mary Poppins e colocar naquele mini compartimento...
E eu sempre ficava presa na maldita porta giratória!
É claro que eu tentava ir só com o boleto de pagamento e a carteira, se muito.

Daí eu tive que ir ao banco aqui. Conhecendo bem nossos antepassados colonizadores eu imaginei algo do estilo ou bem pior (Pra que fazer fácil se difícil também sai...).

Respiramos fundo, tomamos coragem e fomos!
Chegando à porta do banco o primeiro susto: cadê a maldita porta giratória?!!
Não tem. Nenhum deles tem...
Só vi portas giratórias em hotéis de luxo por aqui.
É somente uma linda e convidativa porta de vidro com sensor de movimento. Você não precisa nem abri-la!!!!

Chegamos ao caixa.
Porém não é um caixa, é um balcão simpático e amplo, e o seu atendente é um cara que parece o gerente de tão educado...
'Gostaria de fazer um depósito por favor...' 'Pois não'...
Só precisei dar-lhe o dinheiro, o número da conta, confirmar o titular da mesma e assinar um recibo.

Pronto. Acabou.
Já estamos despachados, como dizem nossos parentes daqui....
E ainda nos desejam uma boa tarde!

Quero um desse pra mim no Rio de Janeiro!!!

E o banco ainda tem um ar de 'Vou passar no banco esta tarde e tomar um café com meu amigo gerente'... So pleasant!

Foi uma experiência marcante. Fez-nos ver como são contrastantes nossas culturas, ainda que sejamos tão próximos uns dos outros...



  • Aparelho com defeito








Já mencionei a vocês o doido do senhorio, certo?


Aquele que permutou um apartamento tendo entrado nele duas vezes?
Aquele que vai alugar o apartamento para dois brasileiros desconhecidos e não pede uma cópia de documento, e não tem um modelinho de contrato para assinarmos? (Foi o Sandro que teve que digitar à pressas).
É esse mesmo o nosso senhorio!!!


Como já não bastasse todos esses detalhes acima mencionados, nosso apartamento tem algumas peculiaridades....
O doido do ex-dono (antes do surto da permuta) era fotógrafo e fez uma reforma no lugar.
Creio eu que fosse para parecer mais contemporâneo. Não tem outra palavra.
A sala era azul, roxa e laranja. O banheiro do quarto é preto. A cozinha é preta e verde.
Não, não é Carnaval no Rio, não, é meu apartamento mesmo...

Além dos detalhes da decoração, o querido fez vários insights modernos, mas não pensou em nenhum momento que num apartamento rés-chão (Térreo pra nós), num lugar que faz um frio do cão, ele deveria investir no aquecimento da casa. Tolice, certo?

Então chegamos nós, nesse fusuê, e em início de Dezembro - após o Verão de São Martinho - que é um dos períodos mais frios do ano. E não temos aquecimento!! ÊEE!!!!
Qual foi a solução? Vamos comprar um aquecedor.

Então fomos. Compramos um aquecedor - irradiador de W2000. Vai resolver, pensamos.
Carregamos a caixa, andamos com ela até o comboio e dele até em casa, e ao chegar em casa, nesse friozinho gostoso, ligamos na tomada...
Nada. Não funcionou a porcaria do aquecedor!
Solução? Vamos trocar...


Desmontamos, encaixotamos, carregamos, pegamos o comboio e fomos na loja trocar.


Quando você compra um aparelho ou eletrodoméstico, geralmente é numa grande loja (Ponto Frio, Casas Bahia, Casa e Video...).
E quando você precisa trocá-lo, qual seu primeiro pensamento?
PQP!!!!!
Você já imagina uma fila, várias pessoas reclamando, um atendente mau humorado, que vai ou dizer que você tem que levar na autorizada mesmo tendo comprado a menos de 24 horas, ou que não pode trocar, ou vai testá-lo por um imenso tempo e dizer que aquele defeito foi você que não soube usar o troço....


Enfim, você sabe que vai ter uma dor de cabeça para trocar.
E mesmo que não tenha, que não passe por este momento surreal, você ainda vai terminar seu dia com no máximo um vale da loja no valor do produto - caso eles não tenham outro, ou você não queira outro, mas eles não podem fazer nada, só te dar o bendito vale....


E com este pensamento iluminado, nos preparamos para o pior.
Ao chegar no 'Serviço Pós Venda', conforme indicações, não havia fila.
A atendente foi super prestativa e simpática (!). Numa tarde ensolarada de domingo!


Ela nem testou o aquecedor, só abriu a caixa para saber se as peças estavam todas lá.
Então ela se vira para nós e pergunta "Tendes 10 cêntimos?".
Sandro, com uma cara de 'não faço idéia do porque da pergunta', diz que sim, e entrega a ela.
Ela então nos devolve E35.
O aquecedor foi E34,90.
"Assim posso lhes dar o valor inteiro" diz ela.


Sandro quase caiu pra trás!!
Na verdade acho que ele está pasmo até hoje com aquilo.
Ela nos devolveu o dinheiro!
Ela acreditou no que nós falamos. E nos eu a opção de trocar por um outro, ou outro modelo, ou ir a outra loja - que foi o que fizemos - ao nos devolver o valor.


Essa foi a maior demonstração de 'O cliente tem sempre razão' que jamais testemunhamos em toda a nossa vida!


E com "Uma boa tarde" no final....















segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Oceanário de Lisboa


Vasco - Mascote do Oceanário


Motivados pela poluição que ameaça gravemente a saúde dos oceanos, e devido à superexploração de recursos, em terra e no mar, os fundadores da EXPO'98 planejaram construir um aquário (exposição mundial do séc. XX, cujo tema foi "Os Oceanos, um Patrimônio para o Futuro").
Este deveria manter viva a mensagem da Expo‘98 e, ao mesmo tempo aumentar a oferta cultural e educacional do país. Assim nasceu o Oceanário de Lisboa, um aquário gigante totalmente dedicado aos oceanos e à sua conservação.




O Oceanário eternizou a ligação de Lisboa com o oceano.
Mais de 8 mil animais e plantas, de 500 espécies diferentes, e 7 milhões de litros de água salgada, numa exposição que surpreende em cada visita.

 


Todos os anos, cerca de 1 milhão de pessoas percorrem a sua exposição, tornando-o o equipamento cultural mais visitado de Portugal. Para além da excelência da exposição, que torna a visita única e inesquecível, o Oceanário pretende, ainda, promover o conhecimento dos oceanos, sensibilizando os cidadãos para o dever da conservação do patrimônio natural, através da alteração dos seus comportamentos.




Minhas impressões sobre o Oceanário

Para quem me conhece fica fácil saber porque tanta curiosidade com este lugar em específico. Minha ligação com o mar é algo muito mais intrínseco. De qualquer forma, é uma aventura.

Ainda na entrada nos deparamos com um grande esqueleto aquático feito a partir de latinhas – já mencionei que aqui a ecologia e reciclagem são muito fortes.






Mas não e só isso, conforme vamos subindo a rampa de entrada temos várias observações sobre os mares e oceanos, e seus habitantes, juntamente com um som oceânico muito bonito, nos transportando para dentro deste mundo aquático.

Aqui eles permitem fotografias, desde que tenha o flash desligado – ou deixaríamos os animais completamente doidos!!




Todo o complexo é construído ao redor de um grande aquário, onde podemos ver tubarões (!), arraias, peixes-pedra e várias outras espécies, tao perto quanto jamais poderíamos imaginar.

São dois andares onde vamos contornando este grande aquário, e passando pelos diversos ecossistemas, como a Antártida, e os Oceanos Pacífico, Índico, Atlântico, e as espécies que são únicas em cada um deles.



E o colorido dos corais é incrível! A variedade de vida deixa-nos completamente enlouquecidos – a mim pelo menos.




É realmente algo que vale a pena conhecer, principalmente porque não temos essa oportunidade sempre, mesmo tendo um dos ecossistemas mais ricos no Atlântico, nos falta essa consciência e organização.










Salamanca - Espanha


Catedral




É sede da mais antiga universidade da Europa, e melhor vitrine da arquitetura renascentista e plateresca da Espanha. A famosa Mayor foi construída por Filipe V no século XVIII, para agradecer à cidade o apoio dado durante a Guerra de Sucessão Espanhola.


Plaza Mayor



Em meio a edificios com arcadas que cercam a praça está a prefeitura barroca e o Pavilhão Real, de onde a família real assistia aos eventos que ocorriam na praça. Outros belos monumentos situados no centro da cidade são a Iglesia-Convento de San Esteban, do século XVI, com fachada ricamente decorada, e o Convento das Dueñas, que preserva traços mouristicos e renascentistas.



Madrinha




Nos arredores da cidade localiza-se uma ponte romana do século I, a Puente Romano, que oferece uma boa vista de toda a cidade.
Salamanca é a cidade universitária por excelência, sendo conhecida em todo o mundo pela sua riqueza artística: catedrais, palácios, igrejas... e tendências artísticas como o românico, o gótico, o plateresco e o barroco.



Universidad - Portal de los Estudiantes


Situada nas margens do rio Tormes, a sua extensão geográfica é de 12.336 Km², e conta actualmente com 159.000 habitantes.
Apesar do seu clima extremo (Inverno frio e seco e Verão muito quente), reúne os atraentes suficientes para fazer da estadia daqueles que a visitam algo muito agradável , uma cidade onde as actividades relacionadas com o turismo e o lazer são as protagonistas. 



Catedral



Salamanca foi, ao durante o ano 2002, Cidade Europeia da Cultura. Música, dança, exposições, representações ao ar livre... a Programação de Salamanca 2002 abrangeu tanto as últimas tendências culturais como o mais puro entretimento. Esta oferta turística completa-se com a sua original gastronomia e as suas festas populares.


  Iglesia de San Francisco



Por volta de 1700, num momento de grandes mudanças políticas e sociais, com os Reis Católicos produz-se a consolidação definitiva da Monarquia finalizando-se, assim, as lutas pelo poder. Nasce, então, uma nobreza cortesã que em troca da sua submissão se incorpora ao aparelho de Estado e recebe importantes privilégios sociais e económicos.
Os seus contactos com Itália fazem com que recebam as influências renascentistas que se traduzem num gosto pela arte e pela estética. O fim das lutas nobiliárias e a derrota definitiva dos muçulmanos fazem com que se inicie um período de paz, as cidades convertem-se num lugar seguro e a nobreza abandona os seus castelos rurais e, de novo volta ao âmbito urbano.

 Biblioteca da PUC



Produz-se um ressurgir da cidade, a construção de edifícios civis multiplica-se destacando-se entre eles o palácio urbano. Este converte-se num símbolo de poder da nobreza. Nele podem observar-se reminiscências do antigo castelo medieval: torres altas, que se erguem orgulhosas sobre o resto dos edifícios da cidade, e uma "cristaria" que evoca as ameias. Os muros exteriores e interiores enchem-se de brasões e símbolos do senhor do palácio, que orgulhoso da sua condição, a demonstra ao resto dos cidadãos.
Salamanca não ficará à margem deste "renascer" que se reflecte num acordar intelectual e numa expansão arquitectónica, um bom exemplo disto é a própria Casa das Conchas.

 
Casa das Conchas




O mais destacável é, sem dúvida, a sua fachada decorada com mais de 300 conchas e múltiplos brasões e escudos. O valor dado à decoração do muro é uma das características do Renascimento. As fachadas dos palácios urbanos estão cobertas de elementos ornamentais como pontas de diamante ou bicos.
Por volta de 1701 o edifício foi ampliado em direcção à "Rúa" e foram novamente escolhidas as cochas para cobrir os muros.

 
Fotos internas da Catedral



Talvez um dos pontos que gera mais controvérsia seja o porquê da eleição das conchas como elemento ornamental. Alguns autores vêem-no como um sinal de orgulho dos Maldonado por pertencer à Ordem de Santiago. Outros autores, sem dúvida mais românticos, assinalam que a repetição das conchas, símbolo nobiliário dos Pimentel, foi uma amostra do amor que D. Rodrigo sentia por sua esposa, Dª Maria.
As caves da casa converteram-se, posteriormente, num lugar onde os estudantes da Universidade pagavam as penas impostas pelo "Mestre-Escola".




Plaza Mayor à noite





Para mim o mais emocionante em Salamanca foi estar tão inserida na história como nunca estive, no berço de algumas das maiores culturas já existentes, e pra mim, tão importantes, o Renascimento. Viver e experimentar essa sensação é algo incomparável. Saber que toda uma revolução mundial em matéria de arte, cultura, e entendimento e compreensão seja do ser humano ou do mundo, teve seu início aqui, e eu pude ser parte disso...


 Iglesia de San Juan

 Paseo en Salamanca en autobus!

Padrinhos Mágicos!!!